Brasileiros rejeitam indicação de filho de Bolsonaro para embaixada

Levantamento do Paraná Pesquisas divulgado nesta quinta-feira (18) mostra que 64,9% da população discorda da nomeação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para o cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos. Os dados foram publicados pelo Poder 360.

Eduardo Bolsonaro - Agência Câmara

O presidente Jair Bolsonaro disse na última 5ª feira (11.jul) que pretende indicar seu filho 03 para o cargo. No entanto, apenas 28,7% dos brasileiros concordam com a iniciativa. Outros 6,5% não souberam responder.

A pesquisa foi feita nos dias 13, 14, 15, 16 e 17 de julho de 2019. Foram ouvidas 2.118 pessoas em 160 municípios de todos os Estados. A margem de erro é de 2 pontos percentuais e o nível de confiança de 95%.

A possível indicação de Eduardo foi alvo de críticas de políticos, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Nas redes sociais, o tema foi tratado com humor, zoação e memes. O cantor Caetano Veloso, por exemplo, riu da pronúncia do deputado ao falar inglês.

Nessa 3ª feira, o porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, disse que o Itamaraty já tem pronta uma minuta para enviar aos EUA apresentando o nome de Eduardo para o cargo. Bolsonaro falou que isso será feito em breve “se Deus quiser”.

Ao conversar com jornalistas na Argentina nessa 4ª feira, Bolsonaro falou na hipótese de Eduardo virar ministro das Relações Exteriores –e o chanceler Ernesto Araújo ser indicado para a embaixada em Washington. O presidente não deixou claro se vocalizou essa possibilidade a sério ou brincando.

Processo para nomeação

O processo de nomeação de um embaixador começa com a indicação feita pelo presidente no Diário Oficial da União.

Se Eduardo for indicado, o nome dele deve ser apresentado à Comissão de Relações Exteriores do Senado. Depois, será submetido a uma sabatina na Comissão. Em votação secreta, os senadores decidirão se é ou não apto ao cargo.

Em caso de maioria favorável, o nome segue para o plenário da Casa. A votação é secreta e por maioria simples.

O caso mais recente de veto à indicação de embaixador foi em 2015. A presidente Dilma Rousseff indicou o nome de Guilherme Patriota para o cargo de embaixador na Organização dos Estados Americanos. O nome dele foi aprovado na Comissão de Relações Exteriores, mas, no plenário, foi derrotado por 38 votos a 37.