Senadores repudiam ataque de Bolsonaro à juventude brasileira

Ao considerarem a marcha dos estudantes, professores e trabalhadores contra os cortes de 30% na educação como um dia histórico, senadores também repudiaram o ataque feito por Bolsonaro chamando os participantes de “idiotas úteis” e “imbecis”.

Plenário do Senado - Marcos Oliveira/Agência Senado

“Você atacar a juventude, atacar os trabalhadores, atacar os aposentados com a reforma da previdência só poderia dar nisso. São milhões nas ruas em todo o País”, afirmou Paulo Paim (PT-RS).

Para o senador Weverton (PDT-MA), o destempero de Bolsonaro não surpreende. “Ele disse que esses movimentos, que são os bandos de idiotas úteis que estão na rua fazendo essas manifestações. Não dá aqui para cobrar elegância, não dá para cobrar postura, não dá para cobrar nada”, diz o senador que conviveu por dois mandatos com Bolsonaro na Câmara.

“Na verdade, tentamos alertar o povo brasileiro do que poderia estar acontecendo, nós que convivemos lá na Câmara, porque quem conviveu, e viu ali, nos anos todos em que ele passou no Congresso (…) Basta ver ali a produção legislativa para se ter uma noção do que viria pela frente”, argumentou.

O líder do PT na Casa, Humberto Costa (PE), alerta que o país está sem rumo e as ruas começando a se convulsionar.

“E onde está o presidente da República em um momento de gravidade como este? Saiu do país, foi para os Estados Unidos, foi buscar um pedaço de papel que ele está retirando a fórceps em Dallas, no Texas, depois que passou por um grande vexame internacional ao ser rejeitado em Nova York”, disse.

Prosseguiu: “E de lá, dos Estados Unidos, completamente alheio ao que se passa no país, neste momento, chama os brasileiros que estão contra esses bárbaros cortes de idiotas funcionais, de imbecis. É um escárnio”, considerou o líder.

“Lamentavelmente, ao invés de honrar o cargo que ocupa e ouvir o que a população do País está clamando, o presidente preferiu tratar com desprezo a juventude brasileira e tachar os que defendem a educação como "idiotas úteis", criticou o senador Jean Paul Prates (PT-RN)
Segundo ele, Bolsonaro deveria pedir perdão, na verdade, aos brasileiros pelo caos, pela “balbúrdia”, que está promovendo na educação brasileira.