Mulheres Negras: às ruas combater a violência racista e machista  

Apenas nos primeiros 21 dias do ano, os números mostram um aumento no número da violência contra mulheres no Brasil que resultaram em mais de 107 feminicídios no país. Preocupada com o crescimentos da violência através do racismo e da LGBTfobia, por conveniência de um governo misógino e ultraliberal, a Unegro convoca toda militância para construir uma jornada de lutas que se centralizará no Dia Internacional da Mulher, em março.

mulheres negras - Divulgação/Facebook

Segue a nota abaixo: 

#8M

Mulheres Negras: às ruas combater o neofascismo e o aumento da violência racista e machista!

O ano de 2019 começa com a triste marca da ampliação da violência contra as mulheres no Brasil que resultaram em mais de 107 feminicídios contabilizados apenas nos seus primeiros 21 dias. Ao lado de outras violências estruturantes como o racismo e a LGBTfobia, o ano inaugural do primeiro presidente eleito com uma pauta abertamente misógina, racista, ultraliberal e neofascista já dá sinais do quão difícil será especialmente para as mulheres negras.

A brutal execução do jovem negro Pedro Gonzaga de 19 anos, por um segurança da Rede de Hipermercados Extra, em frente à sua mãe desesperada gritando por sua vida nos dá bem a medida dos desafios destes tempos. Some-se a isso, o aumento do número de mulheres executadas por seus companheiros/maridos/namorados ou ex, mães, filhas e viúvas dos trabalhadores/as no crime de Brumadinho; a dor das mães dos jovens mortos no CT do Flamengo; o luto, desespero e a luta por justiça das mães, filhas e viúvas das vítimas das chacinas, dos grupos de extermínio, das milícias e do aparato da segurança pública e privada do país que atira sem perguntar e executa sem se arrepender, o desespero das mulheres chefas de família arrasadas pelo desemprego, pelo aumento da fome e da miséria, mulheres trabalhadoras submetidas aos mais baixos salários e à alta informalidade, chegando até às mulheres que serão mais atingidas com a proposta retrógrada de 

Reforma da Previdência que vai desamparar mulheres e idosos, rebaixar as aposentadorias de trabalhadoras e trabalhadores pobres, ampliar a pobreza e a desassistência a pessoas com deficiência, trabalhadoras/es do campo e mulheres em geral, obrigadas a trabalhar por mais tempo sem perspectiva de usufruir da aposentadoria. Também o falso pacote de leis anti-crime de Sérgio Moro já se provou mais uma política legitimadora do genocídio da população negra ao propor legalizar o chamado excludente de ilicitude, ou seja, a licença para as forças de segurança e mesmo pessoas comuns matarem com a autorização do Estado e sob desculpas de estarem movidos por "forte emoção".

Todos estes e muitos outros são os motivos que reforçam a importância de todas as mulheres, especialmente as mulheres negras a ocuparem as ruas neste 08 de março em todas as capitais e cidades do país! A Unegro convoca sua militância a participar e construir as mobilizações do Dia Internacional da Mulher em todo o Brasil. Apenas com mobilizações massivas e a mais ampla aliança com o povo, com as mulheres trabalhadoras, moradoras das periferias, comunidades tradicionais e zonas rurais conseguiremos fortalecer a resistência e derrotar os nefastos projetos do Governo Bolsonaro contra nós.

Chega de Feminicídio! Basta de Racismo! Não à Reforma da Previdência!  Não ao Pacote Anticrime de Moro! Prisão imediata de Eduardo Bolsonaro e de Queiroz!

UNIÃO DE NEGRAS E NEGROS PELA IGUALDADE

UNEGRO