Agenda do governo Bolsonaro exige unidade da esquerda

A indicação de Jandira Feghali (PCdoB-RJ) para a liderança da minoria, uma importante função na Câmara dos Deputados, é um fato relevante para a oposição.

Jandira Feghali - Foto: Richard Silva/PCdoB na Câmara

A deputada foi indicada pelo bloco liderado por PDT e PCdoB, seguindo a regra regimental de que o maior bloco indica o líder — ou a líder. Além do fato em si, conta a questão de a indicada ser uma parlamentar, com conhecida capacidade e combatividade, e que tem compromisso amplamente reconhecido com as bandeiras históricas da esquerda, como a democracia, a soberania nacional e os direitos do povo.

Jandira Feghali assumiu o posto anunciando que vai trabalhar para construir a unidade do campo de esquerda, da oposição, e também abrir espaço para qualquer parlamentar que queira se opor à agenda do governo.

A primeira iniciativa da deputada comunista foi procurar as lideranças de esquerda para buscar a unidade programática e de ação. A deputada reafirma, assim, a coerência do PCdoB com sua linha história de atuação na vida concreta para dar consecução aos seus princípios programáticos e aos seus compromissos políticos, sobretudo com o povo, como ficou demonstrado no combate ao golpe e no processo eleitoral de 2018.

Mesmo com toda essa engenharia que configurou um importante espaço de atuação da oposição, infelizmente o PSOL, persistindo no erro das críticas anteriores quando a esquerda fez opções táticas diferentes na eleição para a presidência da Câmara dos Deputados, emitiu nova nota de conteúdo divisionista, sobretudo por atacar a própria esquerda. Mais uma vez, esse partido do campo progressista presta um desserviço à necessária unidade programática e de ação da esquerda.

O momento é de somar forças, abrir espaços e pavimentar o caminho da oposição para enfrentar a agenda ultraliberal e neocolonial do governo, que começa a ser efetivada com a inaceitável proposta de “reforma” da previdência. A ofensiva da extrema direita exige das forças progressistas compromissos unitários e compreensão da complexidade do cenário que se estabeleceu no país. A unidade de ação deve se dar de forma ampla, levando em consideração que acima de qualquer divergência tática deve estar os interesses do país e do povo.