Ideologia tosca de Bolsonaro deixou milhões de brasileiros sem médicos

Mais de 1.400 vagas deixadas pelos médicos cubanos não foram preenchidas na segunda fase de inscrições aberta pelo Ministério da Saúde

aldeia

O Ministério da Saúde divulgou nesta sexta-feira (11) um balanço que informa que 1.462 profissionais com registro no Brasil e inscritos na segunda chamada do Programa Mais Médicos não se apresentaram nas localidades escolhidas. De acordo com a pasta, 1.087 profissionais se apresentaram aos municípios no prazo definido – entre 7 e 10 de janeiro. As vagas foram abertas após a saída dos médicos cubanos que deixaram o programa em dezembro.

Logo após ter sido eleito presidente, Jair Bolsonaro, exercendo seu costumeiro discurso de ódio movido a estupidez ideológica, fez uma série de declarações preconceituosas e ameaças que obrigaram o governo cubano a cancelar o convênio que tinha com o Brasil no programa Mais Médicos, criado durante o governo de Dilma Rousseff.

A saída dos médicos cubanos do país deixou sem atendimento cerca de 28 milhões de brasileiros, a maioria de cidades com menos de 20 mil habitantes. A estimativa foi feita pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM).

De acordo com estimativas da CNM, os 8.500 médicos cubanos estavam distribuídos em 2.885 municípios, sendo a maioria nas áreas mais vulneráveis, como o norte do país, o semiárido nordestino, as cidades com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), as terras indígenas e as periferias de grandes centros urbanos.

São justamente estas áreas que estão sendo desprezadas pelos médicos brasileiros que se inscreveram para participar do Mais Médicos após a saída dos cubanos.

Para suprir as lacunas deixadas pelos cubanos, o governo brasileiro chamará formados no exterior, mesmo sem o exame de validação de diploma – o Revalida. Ironicamente, foi a ausência deste exame um dos argumentos que Bolsonaro usou para questionar a participação dos cubanos no Mais Médicos.

Da redação, com agências