Luciana: Resistir à agenda que é contra o país e os direitos do povo

A presidenta nacional do PCdoB, Luciana Santos, eleita vice-governadora de Paulo Câmara (PSB) em Pernambuco, em entrevista ao programa local “No Cafezinho” do Blog da Folha no YouTube, comentou seu ponto de vista sobre as eleições nacional e no estado. 

Luciana Santos concede entrevista - Foto: Reprodução Folha Pernambuco

Ressaltou que é necessário uma convergência das forças políticas no congresso nacional, com "unidade e amplitude" para resistir à agenda que é contra o país e os direitos do povo. Tratou da reunião dos governadores com o presidente eleito e comentou sobre a sensação de ser a primeira vice-governadora mulher do estado.

Para Luciana, a sensação é de responsabilidade. “Afinal, na história oficial as mulheres foram pouco valorizadas no seu papel, no seu protagonismo e ainda mais em um estado marcado por lutas libertárias, feitos extraordinários, me sinto na responsabilidade de fazer jus a essa tradição de mulheres competentes, disse.

Segundo a recém-eleita, o sentimento é que se faça valer à expectativa que a população, seus pares e as forças políticas que consolidaram o projeto da chapa com o governador Paulo Câmara. “Procurando dar a contribuição da minha trajetória política neste contexto de uma base política ampla que vai sem dúvida nenhuma atravessar muitas dificuldades objetivas no cenário econômico e político, comentou Luciana.

Questionada se vai representar o governador eleito, Paulo Câmara, na reunião convocada por três governadores para discutir o futuro governo Jair Bolsonaro com a presença do presidente eleito, Luciana afirmou que está se discutindo ainda qual o caráter do encontro, se é político ou institucional.

Para ela, há divergências políticas, da disputa eleitoral, mas que as relações institucionais terão de se convergir. “Temos um governo eleito democraticamente e é necessário se fazer valer os interesses do estado e colocar o espírito público acima das diferenças de concepção e de projeto político e é assim que vamos procurar agir. A dúvida que nos move e que, por isso, que ainda não está definido [sua presença] é o carácter dessa reunião, ponderou.

“Pelas consultas que foram feitas, o governador Flávio Dino já opinou que não há sentido de ir”, anunciou a presidenta do PCdoB.

Na entrevista, Luciana também foi questionada pela presença de Manuela d’Ávila no segundo turno e os ataques que sofreu com fake news na campanha eleitoral. Para a dirigente comunista, a liderança gaúcha se projetou muito, disse, lembrando que nunca viu uma chapa chamada por completo como foi nestas eleições “Haddad e Manu”.

Unidade e amplitude

A presidenta do PCdoB também foi questionada sobre o bloco parlamentar que se articula no Congresso nacional com a presença dos partidos democráticos e de esquerda. Para Luciana, é fundamental que se tenha a formação de uma frente ainda mais ampla. “Num ambiente como esse em que a gente teve uma derrota estratégica, a extrema-direita ganhou no Brasil o que era algo inimaginável, nestas condições o que vale mais é a gente lutar pela unidade e amplitude. É resistência à agenda que seja contra o país e contra os direitos do povo”.

“Nós temos mais é que colocar o que nos une e deixar as divergências de lado”.

Presença do PCdoB no governo estadual

Luciana Santos também comentou sobre como estão as tratativas da presença dos comunistas na composição do novo governo do estado. “É natural que haja uma maior participação política porque nesse processo todo, não só por conta da elaboração do resgate na frente popular de Pernambuco de se articular, de se fazer percorrer de maneira consistente, ajudar nesse processo. E teve esforço de muitas mãos e a gente fez muito para que isso se concretizasse, explicou.

Confira a íntegra da entrevista: