Alckmin defende entrega da Petrobras e manutenção da política de Temer

Sob a desconfiança do próprio partido e de aliados, o pré-candidato do PSDB à presidência, Geraldo Alckmin, tenta dar sinais ao mercado de que é a solução para o cenário de incerteza e fragmentação da direita nas eleições de outubro. Em entrevista ao jornal Valor Econômico, ele fez questão de dizer que a agenda de seu governo será manter o que Michel Temer fez e aprofundar na entrega do patrimônio nacional.

Temer e Alckmin - Beto Barata/PR

desacreditado, Alckmin disse que não quer privatizar a Petrobras – afinal qual seria o candidato que diria uma sandice dessa às vésperas da eleição -, mas disse que pretende acabar com "o monopólio do refino e privatizar o restante, distribuição, transmissão, parte de gás", além da privatização completa da exploração dos poços maduros da Petrobras.

Além da Petrobras, o tucano defendeu a privatização de outros setores e disse ser favorável à venda das Embraer que acreditar "ser um grande ganho".

Na entrevista, o tucano afirmou que vai manter a política de ajuste fiscal implantada por Temer. "O ajuste será feito pelo lado da despesa e pela retomada da atividade econômica, portanto, não será pelo aumento de imposto", disse. Essa estratégia de falar de impostos é justamente para camuflar as medidas de cortes de investimentos públicos nas área sociais, o que tem levado o país a um retrocesso de 20 anos.

Alckmin tentou dar garantias também de que que vai cumprir a agenda e fazer a reforma da Previdência. Ele propõe "até o teto do INSS, um regime só para todo mundo". ele defendeu ainda um sistema de capitalização, com contribuição definida. tudo isso sob o argumento de que a Previdência é deficitária, o que até agora ninguém tem a certeza, já que não foi feita uma auditoria nas contas.