Unidade é a palavra de ordem para a esquerda latino-americana

Uma plenária especial intitulada “Pela unidade e integração da América Latina e o Caribe”, tema central do 24º Foro de São Paulo, centralizou os debates da segunda jornada deste espaço anual de discussão política.

Por Bertha Mojena Milián

Néstor, Evo, Lula e Chávez - AP

Este tem sido um tema transversal em todos os espaços de debate e diálogo do evento, o qual vai resultar na Declaração Final e Plano de Ação que será lançado ao final do dia nesta terça-feira (17).

O jornal cubano Granma destacou algumas ideias essenciais que circulam entre muitos dos setores presentes e que definem os desafios que serão enfrentados ao longo deste caminho pela unidade, imprescindível para as lutas do presente e do futuro dos povos latino-americanos:

– É importante preservar as experiências de governo de caráter popular e com projeções anti-imperialistas, impulsionadas por partidos integrantes do Foro de São Paulo;

– Deve-se oferecer apoio efetivo e estimular os esforços emancipatórios e os ideais anticapitalistas dos movimentos sociais e populares que atuam desta forma;

– Deve-se trabalhar de forma enérgica para consolidar a paz duradoura e impulsionar esforços que permitam avançar rumo à integração soberana chamada por José Martí de Nossa América;

– Quando há unidade, direção política decidida e capaz, objetivos claros de luta, moral de combate, e apego pelas classes populares, se multiplicam as opções para conter qualquer ofensiva contrarrevolucionária e, inclusive, vencê-la;

– Trata-se de um dever explicar bem e defender de forma audaz e criativa as inquestionáveis conquistas econômicas, sociais e políticas obtidas pelas experiências de governo que, por uma razão ou outra, sofreram contratempos importantes (desde Honduras em 2009, até o Brasil em 2016), assim como as conquistas e fortalezas que amparam as experiências de governo que perduram em meio a enormes dificuldades, desafios internos e externos;

– Não haverá progresso sustentável em uma experiência revolucionária, ou mudanças progressistas motivadas por valores da justiça social e igualdade, sem exercício oportuno e adequado da crítica e da autocrítica;

– Frente ao plano das transnacionais e do império do Norte para minar a soberania de nossas nações e ter controle sobre seus recursos naturais, nos opomos com autêntico espírito internacionalista e latino-americanista, com firmeza e inegociável sentido de dignidade, o plano emancipador de nossos nobres povos;

– Se os partidos políticos de esquerda e os movimentos populares com ideias e compromissos perdem a perspectiva da unidade mais ampla e democrática, estarão concedendo aos restauradores o que estes necessitam. A conclusão é simples: ou nos unimos, ou nos afundamos no lodo da contrarrevolução que tentam nos impor.