Ex-chanceler denuncia perseguição política contra líderes latinos

O ex-chanceler do Equador, Ricardo Patiño, denunciou nesta segunda-feira (16), durante o Foro de São Paulo em Havana, a perseguição política e judicial contra os líderes latino-americanos e esquerda que vem acontecendo nos últimos tempos. Após a denúncia, o dirigente político pediu a solidariedade e a mobilização da esquerda do continente em torno desta questão.

Ricardo Patiño - Daniel Molineros / El Telégrafo

Após a participação no evento, o ex-chanceler conversou com o periódico cubano Prensa Latina e advertiu que a atual perseguição afeta especialmente líderes de muito destaque no cenário político da região, como como é o caso dos ex-presidentes do Brasil, Lula e Dilma, da Argentina, Cristina Kirchner, e do Equador, Rafael Correa.

Para Patiño, é fundamental que dessa 24ª edição do Foro de São Paulo saiam resoluções sólidas em apoio a estes dirigentes.

O ex-chanceler alertou também para os próximos líderes que estão na mira da “cruzada da direita e das forças imperialistas”. Segundo ele, a esquerda precisa estar atenta aos ataques contra o presidente da Bolívia, Evo Morales e do chefe de Estado da Nicarágua, Daniel Ortega.

“Vivemos um cenário especial, mas apesar disso, nem tudo são más notícias, tivemos o triunfo eleitoral de Andrés Manuel López Obrador no México e os bons resultados de Gustavo Petro nas eleições presidenciais na Colômbia”, afirmou.

Para Patiño, o retorno do Foro de São Paulo à capital cubana, após as edições de 1993 e 2001, brinda a oportunidade de discutir sobre as experiências positivas e os fracassos da esquerda nos últimos anos, em meio às investidas do imperialismo de impor novamente o neoliberalismo no continente, como aconteceu nos anos 90.

“Este encontro é particularmente importante para articularmos estratégias das organizações políticas e dos movimentos sociais para reagir à ofensiva imperialista na América Latina e para fixarmos ações específicas na área midiática”, defendeu o ex-ministro.

Patiño acredita que enfrentar as campanhas de manipulação dos grandes grupos de comunicação hegemônica do continente é essencial, tendo em vista que em nível local eles são os porta-vozes da direita dos grandes meios norte-americanos.

“É urgente articularmos nossas capacidades de comunicação para fortalecer o trabalho nas redes sociais, a 24 edição do Foro de São Paulo deve incluir estes temas em seu programa de trabalho”, afirmou.