Manuela: “Aborto é questão de saúde pública e deve ser tratado”

A Câmara dos Deputados da Argentina debate o projeto de lei que descriminaliza a interrupção voluntária da gravidez até 14 semanas no país. Milhares de mulheres tomaram às ruas que cercam o parlamento e em diversas cidades do país nos últimos dias em apoio ao projeto.

Manuela dAvila - Foto: Bruno Alencastro

Apesar de ser um tema espinhosos na política, principalmente num ano eleitoral, a pré-candidata Manuela D'Àvila abordou o tema em suas redes sociais. "Acreditamos que o aborto é uma questão de saúde pública e deve ser um tema tratado com urgência também no Brasil, para evitar a morte de centenas de mulheres (a maioria pobre e negra) em decorrência de práticas clandestinas", afirmou Manuela.

Segundo ela, aqueles que são contrários ao projeto alegam que este é um debate sobre a vida. "Se é sobre a vida, precisamos falar sobre a vida das milhares de mulheres pobres e negras que morrem em decorrência de práticas clandestinas", reforçou.

Manuela também citou dados do Ministério da Saúde que apontam que entre 2006 e 2016, a Argentina registrou 3.314 mortes maternas. Destas, 681 mulheres morreram em decorrência de abortos – uma em cada quatro tinha entre 25 e 29 anos.

No Brasil, o debate sobre o tema ainda é muito raso e baseado tão somente na posição com vertente religiosa, enquanto a questão da saúde pública fica à margem. Enquanto aqueles contrários ao debate dizem defender a vida, o aborto clandestino continua a acontecer, ou seja, essa posição não muda a realidade. E pior, segue o critério de classe: a mulher rica paga e tem melhores condições sanitárias. Mas a mulher pobre que decide interromper a gravidez é exposta aos riscos com precárias instalações que matam milhares de mulheres todos os anos.

Apesar da complexidade do tema, os internautas comentaram a sua postagem de Manuela. "Se a natureza desse uma pirada e de um dia para o outro fosse o homem que começasse a parir certeza que nem discutido seria mais, afinal o corpo do homem lhe pertence, já o dá mulher…", afirmou uma internauta.

"Um tema polêmico para uma pré-candidata defender. Acredito que a adoção de políticas públicas, distribuição de preservativos, pílulas, palestras nas escolas… seria uma melhor saída para evitar uma gravidez indesejada. Mas a defesa do aborto fará você perder credibilidade. Pois essa história de meu corpo minhas decisões só servem para a prevenção da gravidez! Decida se prevenir! Após a gravidez não é mais seu corpo e sim seus corpos. E não cabe a mãe ou a ninguém decretar a morte de seu filho!", disse um internauta homem.

"E as filhas dos pobres morrem ao fazê-lo. O aborto já existe e vai continuar existindo, a questão é legalizá-lo para que muitas parem de morrer", rebateu outra internauta.