Eleições na Colômbia: segundo turno entre Gustavo Petro e Iván Duque

Neste domingo (27) 53% dos colombianos aptos a votar foram às urnas eleger o novo presidente. Haverá segundo turno entre o candidato de extrema-direta Iván Duque, que obteve 39,14% dos votos, e um dos representantes da esquerda, Gustavo Petro, com 25,09% dos votos. A próxima votação acontece no dia 17 de junho.

Gustavo Petro - Reuters

O anúncio foi feito poucas horas depois que as urnas foram fechadas pelo órgão eleitoral oficial colombiano, a Registraduria, que fez uma contagem rápida dos votos antes da apuração total.

Ainda é cedo para dizer se Petro tem condições de virar o jogo, mas é possível contabilizar uma boa transferência de votos dos candidatos de centro e de esquerda. Sérgio Fajardo, representante de centro, obteve 23%, e em pronunciamento após a contagem dos votos, deu a entender que deve pender para o campo progressista.

Em quarto lugar ficou Gérman V. Lleras, com 7,2%, seguido de Humberto de La Calle, com 2,6% e Jorge Trujillo com 0,39%.

Gustavo Petro

Ex-prefeito de Bogotá, Petro defende a continuação e o aprofundamento do acordo de paz com a Farc e sistemas totalmente públicos de saúde e educação, sem intermédio de empresas privadas. Além disso, pauta a reindustrialização do país, para mudar o atual sistema econômico muito dependente de importações.

Integrante do grupo armado Movimento 19 de Abril (M-19) durante os anos 1980, Petro iniciou sua carreira parlamentar na Câmara de Vereadores da cidade de Zipaquirá. Quando ainda estava no Partido Polo Democrático foi eleito senador, em 2006. Petro cumpriu seu mandato, se desvinculou do partido e, em 2012, chegou à prefeitura da maior cidade do país, a capital Bogotá.

Iván Duque

Com 41 anos, o mais novo entre todos os candidatos, Duque baseou sua campanha em críticas ao acordo de paz assinando pelo governo do presidente Juan Manuel Santos com o antigo grupo guerrilheiro FARC, hoje transformado em partido político, e promete mudanças no pacto.

O candidato do “uribismo”, escolhido pelo ex-presidente Álvaro Uribe, se apresenta como porta-voz de uma parte da sociedade colombiana que estaria insatisfeita com a o acordo alcançado com a Farc em 2016.