“Florescendo” – mulheres marcham no Chile contra educação sexista

É outono, mas ainda assim as mulheres floresceram no Chile. Sorrisos, música, dança, uma explosão de cores, flores, força, assim elas tomaram as ruas de Santiago nesta quarta-feira (16) para exigir uma educação não sexista e denunciar os casos de abuso sexual que aconteceram recentemente em diversas faculdades públicas e privadas.

Por Mariana Serafini

Manifestação feminista no Chile - Nadia Martínez

Mais de cem mil pessoas saíram às ruas de Santiago com cartazes que repudiam o abuso sexual dentro das universidades chilenas e uma linha de educação considerada sexista pelos estudantes. “Aqui se formam violadores”, “A educação será feminista, ou não será”, “Nos querem como musas, nos temem como artistas”, diziam algumas das palavras de ordem.

Os corpos também serviram de tela para expressar sentimentos. Centenas de jovens estudantes saíram com pinturas de flores em muitas cores que deram ao dia cinza o tom da primavera de lutas em defesa de direitos.


Foto: Nadia Martínez 

“Estamos vivendo uma situação histórica que responde às necessidades que temos como país. Hoje levantamos a consigna de uma educação não sexista porque acreditamos que a educação é fundamental para prevenir e lutar contra a discriminação”, afirmou a porta-voz da Fech (Federação de Estudantes da Universidade do Chile), Francisca Ochoa.

Já a representante da Coordenadoria Nacional dos Estudantes Secundaristas, Amanza Opazo, afirmou que entidade se posiciona em defesa da punição dos casos de abusos sexuais dentro das universidades e exige respostas com relação a isso. Os secundaristas do Chile têm uma longa história de lutas vitoriosas em defesa da educação pública e de qualidade no país.

Nesta manifestação, participaram mais de 15 universidades, além de estudantes secundaristas que se somaram à luta. Além da marcha no centro da capital, também foram realizadas atividades internas.

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