Eleições na Venezuela definem cenário do continente, diz governador

O governador do estado de Miranda, na Venezuela, Héctor Rodriguez, afirmou nesta quinta-feira (17) que as eleições presidenciais do país, que acontecem no próximo domingo (20), vão impactar em todo o cenário político latino-americano.

eleições na Venezuela - Divulgação

Rodríguez disse estar confiante na consciência do povo venezuelano e das organizações populares e por isso, acredita que a revolução bolivariana emplacará mais uma grande vitória, como tem sido nos últimos 20 anos.

Segundo o governador, a reeleição de Nicolás Maduro – que irá para seu segundo mandato se for reeleito – será uma demonstração de força da esquerda não só na Venezuela, e poderá redefinir os caminhos políticos de toda a América Latina.

“Estamos impondo a visão de soberania, de fortalecimento de nossa economia, mas com vistas ao Caribe e à América Latina”. Neste sentido, citou os “golpes duros dos Estados Unidos” em Honduras, no Paraguai e no Brasil.

“Os EUA querem recuperar o terreno perdido e não respeitam nenhuma regra do jogo, não respeitam a regra da soberania, nem da democracia, querem impor em toda a América Latina sua visão de mundo”, denunciou o governador.

Com relação aos desafios que um possível segundo governo de Maduro vai enfrentar, Rodríguez destacou eixos essenciais: “avançar em uma nova economia produtiva e não rentista; fortalecer a proteção do Estado e a sociedade venezuelana diante dos embates da guerra econômica e o assédio estrangeiro”.

“É necessário refazer e mudar táticas. O povo venezuelano tem absoluta consciência e por isso tem resistido às pressões e às sanções dos Estados Unidos”, assegurou o governador que é também o vice-presidente do PSUV, o partido do governo.

Rodríguez foi enfático ao rechaçar as tentativas de desestabilização do governo promovidas pelos Estados Unidos e afirmou que “os problemas da Venezuela serão resolvidos pelos venezuelanos, em paz, e sem nenhum tipo de ingerência”.

Por outro lado, criticou as propostas dos candidatos da direita que apostam no avanço do neoliberalismo e na privatização das empresas públicas, além da dolarização dos serviços e alinhamento aos interesses dos Estados unidos.

Quanto à participação dos venezuelanos nas eleições, o governador explicou que a oposição está dividida e que neste contexto, o exercício democrático pode ser prejudicado devido ao escasso interesse da direita nas eleições. Porém, afirmou que “tem plena segurança de que a grande maioria do povo venezuelano vai às urnas”.

Citou, como exemplo, a última eleição para governadores, que teve das maiores participações populares dos últimos tempos. “A maioria do povo quer paz e exerceremos nosso direito para diminuir nossas diferenças através da democracia”, afirmou.