Venezuela repudia pedido dos EUA de suspender eleições presidenciais

O embaixador da Venezuela na OEA (Organização dos Estados Americanos), Samuel Moncada, rechaçou na noite desta segunda-feira (7) as declarações do vice-presidente dos EUA, Mike Pence, que pediu a suspensão das eleições previstas para o próximo dia 20 e anunciou novas sanções contra empresas e funcionários do governo do país sul-americano.

Samuel MOncada - Divulgação

“Não há nenhuma possibilidade de que se suspendam as eleições”, afirmou Moncada. “Não aceitamos os EUA como tribunal, nem autoridade de nada. Somos livres.” Para ele, Pence representa “o governo mais racista e intolerante das últimas décadas, o mais agressivo e humilhante” do continente, que vem “ameaçando, extorquindo e coagindo toda a região”.

As declarações de Pence foram feitas durante uma sessão especial do Conselho Permanente da OEA, em Washington. Para o vice-presidente, as eleições presidenciais do próximo 20 de maio na Venezuela “não são mais do que uma fraude”. Além disso, o norte-americano anunciou sanções contra 20 empresas e contra o ex-funcionário do Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência) Pedro Luis Martín Olivares.

Moncada disse que o artigo 20 da Carta da OEA proíbe medidas coercitivas contra estados-membros. “Não podemos permitir que venham a agredir ninguém, a partir de nenhum lugar, muito menos o vice-presidente de um império racista”, afirmou.

O embaixador, que também é vice-ministro para Assuntos da América do Norte, chamou os venezuelanos às urnas no próximo dia 20. “Todos em defesa da pátria frente a essa agressão, frente a esse crime que se está cometendo contra a Venezuela.”

Participaram da sessão junto com Pence os opositores venezuelanos Julio Borges e Carlos Vecchio, que pediram o aumento da pressão norte-americana contra a Venezuela.