Human Rights Watch pede apuração rigorosa da morte de Marielle

A Human Rights Watch, organização que apoia a defesa dos direitos humanos em todo o mundo, lamentou a morte da vereadora carioca e informou que clama por uma investigação rápida, rigorosa e imparcial do assassinato da vereadora Marielle Franco com a responsabilização de todos os envolvidos. O Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro também demonstrou indignação com o ocorrido.

Marielle Franco - Divulgação

Em nota, a Human Rights Watch lamentou profundamente o assassinato da vereadora Marielle Franco, e de seu motorista, Anderson Pedro Gomes. A organização destacou a atuação pública de Mariella na defesa dos direitos humanos que vinha denunciando abusos associados à atuação da polícia nas comunidades do Rio de Janeiro, tendo sido nomeada como relatora da comissão que acompanhará a intervenção federal no âmbito da Câmara Municipal de Vereadores no Rio de Janeiro.

“A Human Rights Watch clama por uma investigação rápida, rigorosa e imparcial do assassinato de Marielle Franco e de Pedro Anderson Gomes, e a responsabilização de todos os envolvidos. A competência pela investigação recai sobre a polícia civil do Rio de Janeiro e, eventualmente, sobre a polícia federal, se for convocada para esse fim. O interventor militar deve garantir que os investigadores contem com todos os recursos necessários, a independência e a liberdade para identificar os assassinos”, enfatiza a nota.

O Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro também demonstrou “profunda indignação e tristeza com o assassinato brutal da vereadora Marielle Franco”.

Segundo o grupo, “o assassinato de Marielle, mulher, negra, favelada, apresenta-se como um aviso para que todas/os que lutam contra a violência do Estado. Diante dos fortes indícios, trata-se de uma execução política motivada pelas graves denúncias que a vereadora vem fazendo sobre a barbárie implementada pela Polícia Militar nas favelas do Rio de Janeiro”, informa o texto.

Confira as notas da Human Rights Watch e do grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro na íntegra:

Human Rights Watch

Lamentamos profundamente o assassinato da vereadora carioca e ativista dos direitos humanos Marielle Franco, e de seu motorista, Anderson Pedro Gomes, na noite desta quarta-feira, na região central do Rio de Janeiro. Marielle destacava-se por sua atuação pública na defesa dos direitos humanos e vinha denunciando abusos associados à atuação da polícia nas comunidades do Rio de Janeiro, tendo sido nomeada como relatora da comissão que acompanhará a intervenção federal no âmbito da Câmara Municipal de Vereadores no Rio de Janeiro.

A Human Rights Watch clama por uma investigação rápida, rigorosa e imparcial do assassinato de Marielle Franco e de Pedro Anderson Gomes, e a responsabilização de todos os envolvidos. A competência pela investigação recai sobre a polícia civil do Rio de Janeiro e, eventualmente, sobre a polícia federal, se for convocada para esse fim. O interventor militar deve garantir que os investigadores contem com todos os recursos necessários, a independência e a liberdade para identificar os assassinos. A Human Rights Watch pede, ainda, ao Procurador-Geral de Justiça do Ministério Público do Rio de Janeiro que convoque imediatamente o Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública do Ministério Público (GAESP) para participar da investigação.

É preciso dar um fim, de uma vez por todas, ao clima de impunidade existente no estado do Rio de Janeiro, que alimenta o ciclo de violência. Mariella e Anderson são as últimas vítimas, dentre muitas, de um sistema de segurança falido.

#JusticaParaMarielle
#JusticaParaAnderson

Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro

O Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro se une a todas as pessoas e organizações na profunda indignação e tristeza com o assassinato brutal da vereadora Marielle Franco, do PSOL!

Solidários à família, às/aos companheiras/as e amigas/os, o assassinato de Marielle, mulher, negra, favelada, apresenta-se como um aviso para que todas/os que lutam contra a violência do Estado. Diante dos fortes indícios, trata-se de uma execução política motivada pelas graves denúncias que a vereadora vem fazendo sobre a barbárie implementada pela Polícia Militar nas favelas do Rio de Janeiro, e mais recentemente na favela de Acari nesse domingo, dia 11 de março.

Consideramos seu assassinato a primeira execução política da Intervenção Militar no Estado do Rio de Janeiro. Entendemos que o país está sob um Estado de Exceção em que as forças fascistas estão agindo sem qualquer limite e avançando sobre a nossa sociedade.
Trata-se de um crime de terrorismo que busca nos silenciar.

O GTNM-RJ convoca a sociedade a se levantar contra o Fascismo.

Pela coragem, pela força, por não temer!
Sigamos juntos contra todas as opressões!

MARIELLE FRANCO PRESENTE, HOJE E SEMPRE!

PELA VIDA, PELA PAZ!
TORTURA NUNCA MAIS!