Farc propõe pacto de "não violência" e pede reunião com o governo

A Farc (Força Alternativa Revolucionária do Comum) propôs nesta terça-feira (13) um pacto de não violência na campanha eleitoral das eleições presidenciais da Colômbia, previstas para acontecer em maio. O grupo ainda pediu uma reunião “urgente” com o governo do país para discutir a participação da agremiação no processo eleitoral.

Farc - Divulgação

“Acordamos convocar os partidos e movimentos políticos, as organizações sociais, os povos étnicos, os meios de comunicação, as igrejas, promover e acompanhar um acordo político nacional para a suspensão de todo vínculo entre violência e política”, afirma o grupo, em comunicado.

A Farc recorda que as razões pelas quais decidiu suspender sua campanha – na qual Rodrigo Londoño (Timochenko) é candidato à presidência do país – estão ligadas ao descumprimento dos acordos de paz alcançados com o governo do presidente Juan Manuel Santos, incluindo a falta de garantias para seus líderes, que têm sido assassinados.

“Não há garantias suficientes de segurança previstas no acordo, nem para nossos integrantes, nem para os líderes sociais, nem para as comunidades nos territórios”, diz o movimento político, criado por ex-integrantes da guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (Farc-EP).

À onda de assassinatos, diz a organização, somam-se “eventos de sabotagem orquestrada a nossa campanha”. A Farc pede uma reunião “urgente” com o governo “a fim de organizar mecanismos e ações voltadas a gerar condições ao menos aceitáveis para nossa ação e participação políticas”.
O governo Santos, por meio do ministro do Interior, Guillermo Rivera, ofereceu “fazer algum ajuste em esquemas de proteção” e estabelecer “um canal direto de comunicação para que eles [a Farc] informem sua agenda política”.