Direita ataca as Farc e partidos se mobilizam em defesa da democracia

Desde que as Farc abandonaram as armas e ingressaram oficialmente na vida política da Colômbia como partido, a direita tem promovido ataques sistemáticos contra os ex-guerrilheiros. As agressões mais recentes nesta quarta-feira (7): um grupo de extrema-direita ligado ao ex-presidente Álvaro Uribe cercou a população e dirigentes da Farc durante um ato público realizado num sindicato no Vale do Cauca.

Agressões contra membros da Farc - Divulgação

Diante deste cenário de perseguições e agressões, outros setores da esquerda têm se mobilizado para exigir o livre exercício da democracia. É o caso do Partido Comunista Colombiano que emitiu uma nota onde pede ação das autoridades responsáveis pela implementação do Acordo de Paz.

“Em contradição com as afirmações de Rafael Pardo, Ministro de Pós-Conflito (…), não há nada de espontâneo nestes ataques. Surpreende que altos funcionários e provocadores coincidam em atenuar a gravidade de condutas que acabam favorecendo delitos contra a liberdade de reunião e expressão cidadã e fazendo coro com estas ações que colocam em risco a vida e a integridade de compatriotas ou danos de bens imóveis e veículos”, diz o partido.

O partido condena os ataques da direita e ressalta a responsabilidade do governo que não tem cumprido com sua parte nos acordos de paz. Depois que a guerrilha deixou as armas, cabe ao poder público garantir as liberdades fundamentais dos ex-guerrilheiros para a consolidação da paz e a justiça social.

“[OPCC exige da procuradoria geral investigar a possível participação de funcionários e agentes de inteligência intervenientes e na organização e promoção destes tipos de atos. Chama a solidariedade ativa frente aos atropelos de quem pretendem legitimar a estigmatização e a ameaça como meio de ação”, diz o documento oficial.