Orlando Silva: Julgamento político tem que ser feito pelo povo
“Hoje o povo nas ruas diz que não vai aceitar que tirem Lula no tapetão”, avisou o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) no ato realizado na noite desta quarta-feira (24) na Praça da República em São Paulo. O parlamentar afirmou que o julgamento de Porto Alegre não julgou apenas Lula mas também todo o povo brasileiro. “Continuaremos mobilizados contra o desmonte de Temer. E a solução não vai ser apenas com deputados e senadores mas vai ser nas ruas”, completou Orlando.
Por Railídia Carvalho
Publicado 25/01/2018 17:10
O ato em São Paulo aconteceu após o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) confirmar a sentença do juiz Sérgio Moro que condenou Lula no caso do tríplex do Guarujá (SP). Por 3 votos a 0 os desembargadores do TRF condenaram Lula e aumentaram a pena de prisão de nove anos e seis meses para 12 anos.
Orlando disse que a condenação que pode tirar Lula da disputa presidencial é a terceira fase do golpe, que se iniciou com a deposição da presidenta Dilma Rousseff e passa pela retirada de direitos dos trabalhadores, como o fim da aposentadoria e da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
“Nós, do PCdoB, que sempre estivemos ao lado de Lula e apresentamos o nome de uma liderança para expressar nossas posições, que é a Manuela, dizemos que só o povo brasileiro pode julgar Lula. Julgamento político tem que ser feito pelo povo. A justiça tem que seguir a lei. Nenhum brasileiro está acima da lei mas a lei não pode ser manipulada e ser feito julgamento seletivo como o que nós assistimos”, criticou o parlamentar.
O deputado citou trecho de poema do dramaturgo Bertolt Brecht: “Do rio que tudo arrasta se diz que é violento. Mas ninguém diz violentas as margens que o oprimem”. “O que se vê no Brasil é a tentativa das elites de oprimir o povo como nunca mas basta olhar na história do Brasil e se verá que o povo soube nas horas decisivas se unir, mobilizar e derrotar as elites. E em 2018 vamos derrotar as elites mais uma vez. Digo em nome do PCdoB e de toda a militância que sempre se colocou pelo direito do povo brasileiro decidir eleições democraticamente”, finalizou Orlando.