“Condenação sem provas abre precedente para novas ações arbitrárias”

O ex-presidente Lula foi condenado nesta quarta-feira (24) a 12 anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Os magistrados, porém, não apresentaram provas para as acusações. Para a coordenadora geral do FNDC (Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação), Renata Mielli, esta ação “pavimenta o desmonte do devido processo legal, e vai abrir um precedente terrível para condenações arbitrárias no Brasil”.

Renata Mielli - Clécio Almeida

A jornalista e ativista pela democratização da mídia criticou a postura dos três juízes da 8ª Turma do TRF-4, Victor Laus, João Pedro Gebran Neto e Leandro Paulsen, que atuaram no processo de Lula. Segundo ela, os magistrados “transformaram o julgamento do Lula numa defesa do Poder Judiciário”.

Ou seja, usaram o julgamento de Lula para responder “aos ataques de que o processo é político, e tentaram prestar contas à sociedade e à comunidade internacional, vendendo o peixe de que eles foram isentos e tecnicamente criteriosos. Estão tentando provar que mesmo sem provas é lícito se condenar uma pessoa”.