Japão e Austrália fazem pacto de defesa para "conter" a China

O Japão e a Austrália fecharam na quinta-feira (18) um acordo de cooperação na área da defesa com o objetivo de conter a ascensão da China a nível regional

Japão e Austrália fazem acordo - Reuters

O acordo foi assinado durante uma visita do primeiro-ministro australiano, Malcolm Turnbull, ao Japão, onde foi recebido pelo homólogo Shinzo Abe. Os dois líderes concordaram em promover uma “cooperação na defesa mais profunda e abrangente”, que irá incluir exercícios militares conjuntos, partilha de informações e colaboração industrial, de acordo com um comunicado conjunto citado pelo Japan Times.

Os dois países – ambos aliados regionais dos EUA – sublinharam o objetivo de mantere uma “região do Indo-Pacífico aberta e livre” e manifestaram a oposição a qualquer violação do princípio da liberdade de navegação ou a mudanças no status quo, apesar da China vir defendendo o desenvolvimento pacifico e a cooperação entre as nações. 

O acordo "fornece organização para que os dois países não tenham que negociar acordos separados sempre que desejarem levar adiante exercícios militares", explica ao Financial Times o analista do think-tank australiano Lowy Institute, Euan Graham.

O acordo é visto como uma clara resposta à crescente influência regional (e mundial) chinesa, especialmente em relação as reivindicações territoriais de Pequim sobre o Mar do Sul e sobre algumas ilhas também disputadas por Tóquio.

Apesar de ter já um pacto militar com os EUA, é a primeira vez que o Japão fecha um acordo nesse âmbito com outro país. Desde que chegou ao poder, em 2012, Abe tem tentado montar uma aliança regional para fazer face a uma potencial ameaça militar proveniente da China.

A subida da tensão na Península Coreana e o reduzido interesse de Donald Trump em aprofundar alianças internacionais – como foi o caso da saída da Parceria Trans-Pacífico, que incluía dezenas de países asiáticos, – tem permitido a aproximação pacifica da China com outros países, fazendo com que Abe aumente seus esforços para tentar controlar a influência do país vizinho.