Depois de fraude eleitoral, oposição convoca protestos em Honduras

A Aliança de Oposição de Honduras, coalizão de esquerda que apresentou Salvador Nasralla como candidato às eleições presidenciais convocou uma série de protestos contra a posse do presidente eleito Juan Orlando Hernández. Ele assumirá o cargo no próximo dia 27,mesmo sob inúmeras denúncia – inclusive de organismos internacionais – de fraude no processo eleitoral.

Salvador Narsalla - Divulgação

Em comunicado oficial, a coalizão convocou a população para participar das marchas pacíficas intituladas “Fora JOH”. Além das manifestações, a oposição chama também uma greve geral.

As manifestações devem ocorrer entre os dias 20 e 27 deste mês, anunciaram os opositores nesta terça (16). No próximo domingo (21), haverá um protesto em frente ao Congresso Nacional, junto com os deputados eleitos do bloco opositor.

Nas eleições, realizadas em 26 de novembro, Hernández foi declarado vencedor com 42,95%, contra 41,24% de Nasralla. O processo foi repleto de denúncias de fraude, com pedidos inclusive de órgãos internacionais por uma recontagem ou repetição da votação.

“Ganhei por meio milhão de votos e todo o mundo sabe disso”, disse Nasralla, em entrevista coletiva de imprensa. “Oxalá que o presidente se dê conta do problema em que está colocando Honduras por querer permanecer no poder, apesar de a vontade popular o odiar”, afirmou.

Em dezembro, Nasralla chegou a dizer que deixaria de contestar o resultado da eleição após os EUA reconhecerem Hernández como vencedor. No entanto, voltou atrás e tomou parte novamente das manifestações da Aliança de Oposição.

Logo após o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) proclamar o atual chefe de Estado como ganhador, as manifestações se iniciaram no país e a repressão das autoridades policiais deixaram ao menos 30 mortos.

Sobre um eventual diálogo com o governo, o líder opositor não descartou a possibilidade e, inclusive, mencionou como possíveis mediadores internacionais a guatemalteca ganhadora do prêmio Nobel da Paz Rigoberta Menchú, o juiz espanhol Baltasar Garzón e o ex-presidente uruguaio José Mujica.