Centrais Sindicais: o combate ao racismo é todo dia

A secretária da Igualdade Racial da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Mônica Custódio escreveu em artigo publicado neste mês em que se comemora o Dia Nacional da Consciência Negra: “Que o Brasil é um país altamente racista é fato inquestionável. Desnudar e combater as manifestações racistas faz parte do ideário de todas e todos ativistas do movimento negro brasileiro”.

Desemprego entre negros - Divulgação

“Recente levantamento do IBGE mostra que 63,7% dos mais de 13 milhões de desempregados no país são negros. Lembrando que representamos 54,9% da população brasileira, nota-se a gravidade do racismo institucional, a começar pelo mercado de trabalho”, completou Mônica (foto).

Na opinião da sindicalista, o caminho é permanecer nas ruas e nas redes buscando uma sociedade humanizada. “Precisamos fortalecer a memória de Zumbi dos Palmares no Dia da Consciência Negra (20 de novembro) em respeito aos nossos ancestrais, mas principalmente pelo direito ao trabalho e a uma vida digna com igualdade de direitos”.

Para Rosana Aparecida da Silva (foto à esquerda), secretária de combate ao racismo da Central ùnica dos Trabalhadores (CUT), o caminho é a unidade e a mobilização nos locais de trabalho e nas ruas. “Marchar é resistir ao racismo estrutural e estruturante no Brasil”, ressaltou a dirigente.

De acordo com ela, as mudanças propostas por Michel Temer, rejeitado por 97% da população, são um desastre especialmente para quem mais precisa do Estado. “Sabemos que as reformas feitas, como a trabalhista, e o congelamento dos investimentos públicos irão nos afetar diretamente, já que a população negra é a quem tem menores salários. Para as mulheres negras e os jovens que estão no topo desta desigualdade, isso é trágico. É uma situação que se agrava ainda mais com a falta de investimentos em políticas públicas.”

Vitor Costa, secretário Nacional de Politicas Raciais da Força Sindical, lembrou que a luta pela igualdade racial é cotidiana. “O combate a todas as formas de discriminação e em especial a racial, não pode e nem deve ser matéria de execução, assim como de publicização somente no mês da Consciência Negra, mas um objetivo constante, cotidiano e permanente em todas as nossas dimensões de militância”.