Eletrobras corta investimentos e lança Plano de Incentivo à Demissão

Na esteira do desmonte das estatais promovido pelo atual governo, a Eletrobras deve fechar o ano de 2017 com um um investimento total de R$ 5 bilhões, o que representa redução de 42,5% ante os R$ 8,7 bilhões realizados no ano passado. A empresa também vai lançar um Plano de Incentivo à Demissão Voluntária (PIDV) em dezembro. Segundo o presidente da companhia, Wilson Ferreira Júnior, o objetivo é conseguir a adesão de 2.500 pessoas ao programa, até agosto de 2018.

Torres Eletrobras - Foto: Valter Campanato/ABR

Dentro do pograma de "reestruturação", a Eletrobras, uma das maiores empresas de energia elétrica da América Latina, já havia lançado um Plano de Aposentadoria Extraordinária (PAE) no início do ano. De acordo com Ferreira Júnior, este programa vai totalizar 2.108 desligamentos até o fim deste ano. O número é inferior aos 2.417 previstos.

Os estímulos à demissão e à aposentadoria se somam à privatizações das seis distribuidoras de energia da estatal no Norte e Nordeste. Com isso, o número de funcionários da companhia vai sair de 24 mil para 13 mil pessoas.

Estas medidas são mais um capítulo do plano neoliberal do governo Michel Temer de transferir recursos e empresas públicas para empresas privadas, por meio da entrega do patrimônio nacional, da aprovação de reformas que retiram direitos trabalhistas e da preservação dos privilégios do setor financeiro.

"Pelo ritmo que está, a empresa deve fechar o ano no positivo, e haverá pagamento de dividendos", disse Ferreira Júnior a jornalistas. Para o executivo, o resultado da Eletrobras no terceiro trimestre, um lucro líquido de 550 milhões de reais, é "muito, muito bom", principalmente se considerado que a companhia está "em recuperação" após anos de dificuldades financeiras. O presidente ignora, assim, o prejuízo que o desmonte da estatal pode acaqrretar para o país.

A Associação dos Empregados da Eletrobras (Aeel) tem alertado a sociedade para o fato de que a privatização de usinas hidrelétricas e da Eletrobras, por exemplo, será prejudicial para a sociedade brasileira, pois resultará em aumento no valor das contas de energia.

Os trabalhadores denunciam que vender os ativos brasileiros do setor de energia não vai tirar as contas do país do vermelho, mas vai  penalizar ainda mais a classe trabalhadora e toda a sociedade, que voltará a correr o risco de conviver com apagões, pagará contas de energia mais altas e ainda conviverá com o empobrecimento das regiões onde estão instaladas as empresas do sistema Eletrobras.