Trabalhadores rurais ocupam Incra nos estados contra cortes de Temer

A Secretaria Especial da Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário (Sead) terá o seu orçamento geral reduzido de R$ 1,03 bilhão neste ano para R$ 790 milhões em 2018. Os recursos para a obtenção de terras para a reforma agrária serão reduzidos drasticamente de R$ 257 milhões para R$ 34,2 milhões. Trabalhadores rurais realizaram nesta terça-feira (17) ocupação de prédios do Incra e marchas em diversos estados do país denunciando o desmonte das políticas de reforma agrária. 

Trabalhadora rural contag protesta em goiás contra cortes no orçamento da agricultura familiar - Contag facebook

O MST ocupou neste dia o prédio do Ministério do Planejamento e confirmou mobilizações em 16 unidades da federação. São mais de 15 mil trabalhadores realizando ações em todo país, segundo a assessoria de imprensa do MST. Os atos prosseguem nesta quarta-feira (18).

A Confederação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais e Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), as 27 Federações e os mais de 4 mil sindicatos filiados à confederação também estão mobilizados pelo Brasil contra o desmonte das políticas para agricultura familiar e reforma agrária.

Emendas para o orçamento 2018

A diretoria da Contag e presidentes das federações estão em Brasília nesta terça para entregar aos parlamentares um documento dos Movimentos do Campo com propostas de emendas para o orçamento 2018.

“Não teremos reforma agrária no Brasil. Ter esse orçamento e acabar com a reforma agrária é a mesma coisa”, criticou o secretário de Política Agrária da Contag.

Na opinião do presidente da entidade, “com esta proposta, este governo ilegítimo confirma a sua falta de compromisso com os trabalhadores e trabalhadoras brasileiros. Vamos reagir contra esse desmonte”.

Pressão para liberar orçamento

MST no Ministério do Planejamento
Atiliana Brunetto, da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) declarou que os trabalhadores querem o descontingenciamento do orçamento de 2017 e a recomposição para 2018.

“Desde o dia 16 de outubro, estamos em jornada unitária dos movimentos do campo que tem como objetivo pressionar o governo federal para restabelecer com prioridade o orçamento da política agrária”, afirmou. Entre os alvos dos cortes estão diversas políticas voltadas para a reforma agrária e agricultura familiar.

“O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) talvez seja a expressão mais forte disso. O corte chega a mais de 99%! Ou seja, acaba-se com uma das principais políticas de compra de alimentos do Brasil. Além disso, o orçamento para a obtenção de terras para a reforma agrária sofreu um corte de quase 90%. Já o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA) sofreu um corte de 86%, sendo previstos apenas R$ 2 milhões para a sua execução. É a forma concreta de como o Governo Temer atua para piorar a pobreza no meio rural”, completou Brunetto.

Matéria publicada no site do MST afirma: “Políticas relacionadas à infraestrutura de assentamentos rurais e habitação também sofreram sérios cortes. Segundo dados do PLOA 2018, os cortes chegam a 69% no caso da infraestrutura. Já o orçamento do Minha Casa, Minha Vida faixa 1, que atende famílias com renda de até R$ 1800, está zerado”.

Confira algumas fotos dos protestos nesta terça-feira

ocupação Incra Ceará



Ocupação incra São Paulo



Ocupação Incra Porto Alegre


Ocupação da secretaria de educação na Bahia contra cortes nas políticas de educação no campo