Globo usa caso de Pasadena para pregar privatização da Petrobras

 A inusitada decisão do Tribunal de Contas da União de determinar o bloqueio dos bens da presidente deposta Dilma Rousseff pelo caso Pasadena serve a um objetivo diretamente vinculado ao golpe de 2016: acelerar o feirão que vem sendo promovido por Pedro Parente, à frente da estatal.

Refinaria de Pasadena

"O tribunal determinou o congelamento do patrimônio pessoal de Dilma, conselheiros e dirigentes da Petrobras até o limite de US$ 580 milhões, baseando-se no valor estimado das perdas causadas nesse péssimo negócio", diz editorial do jornal O Globo, de João Roberto Marinho. "Agora é necessário manter e se possível acelerar o ritmo de privatizações das atividades não fundamentais ao futuro da Petrobras. A recuperação da empresa é fundamental ao país e vital ao Rio de Janeiro."

Ou seja: enquanto Dilma é punida por uma operação recomendada por parecer do Citibank e aprovada pelos conselheiros privados da estatal, Parente vende tudo e faz transações bilionárias, na bacia das almas, sem ser incomodado.

No entanto, ele pode esbarrar na Justiça, uma vez que liminares já impediram trocas de ativos da Petrobras, que decidiu entregar campos do pré-sal à francesa Total e à estatal norueguesa Statoil, por valores abaixo dos de mercado, segundo denúncias formuladas por petroleiros e geólogos.