Vice de Maia afronta ministro de Temer e indica desmoronamento da base

A cerimônia de assinatura da venda da folha de pagamento da Câmara para a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, realizada nesta quarta-feira (13), foi marcada pelo desentendimento entre o vice-presidente da Casa, deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG), e o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy (PSDB).

Por Christiane Peres

Ramalho-Imbassahy - Reprodução da Internet

Durante o evento, Ramalho xingou o ministro de Temer de “bosta” e “merda”, indicando o descontentamento da base aliada com o articulador político do presidente. Segundo Fábio Ramalho, Imbassahy “tem o rei na barriga” e é o “pior ministro da articulação política que um governo podia ter”.

O parlamentar teria tentado mais cedo, sem sucesso, uma audiência com o ministro. O tucano vem perdendo interlocução com a tropa de choque do Planalto – PMDB e centrão – depois da votação da primeira denúncia contra Temer na Câmara. Uma das queixas dos peemedebistas e dos deputados do PR, PP, PRB, é que Imbassahy prometeu cargos e liberação de emendas antes da votação e não cumpriu. A pressão é para colocar André Moura (PSC-SE), líder do governo, na cadeira do atual ministro.

Para o deputado Davidson Magalhães (PCdoB-BA), o “incidente” só demonstra a fragilidade da base governista. “Geralmente, quadrilha se divide na hora do motim. E é que estão fazendo. A única unidade que este governo tinha era barrar o projeto que gerou distribuição de renda no Brasil. Eles não apresentam uma proposta de desenvolvimento do país, só agenda regressiva. E é nesse contexto que as brigas acontecem e vemos essa desagregação da base, o que dificultará muito a vida de Temer quando, e se, chegar a nova denúncia contra o presidente aqui na Casa”, avaliou.