Boston: 15 mil marcham contra racismo e barram ato da extrema-direita

Os organizadores da marcha pela "liberdade de expressão" convidaram "libertários, conservadores, tradicionalistas, liberais clássicos, apoiadores do presidente Donald Trump e todos que valorizam sua liberdade de expressão". O evento ocorre uma semana após um homem matar uma mulher atropelada em Charlottesville. Ela participava de uma marcha antirracista.

Ato em Boston contra extrema direita - Reuters

A marcha, entretanto, não ocorreu porque cerca de 15 mil manifestantes com placas e cantos antinazistas dispersaram as dezenas de presentes. A polícia local escoltou muitos dos manifestantes da primeira marcha para impedir confrontos.

Os organizadores do ato da extrema-direita pediram uma autorização da prefeitura para realizar o ato sob a suposta justificativa de ato em defesa da "liberdade de expressão". A manifestação acontece apenas uma semana depois dos atos no campus da Universidade da Virginia em Charlottesville, que reuniu neonazistas, supremacistas brancos e simpatizantes do grupo racista Ku Klux Klan.

O prefeito de Boston, Marty Walsh, destacou que os tribunais garantem o direito de se reunir, não importa quão repugnantes sejam suas opiniões. "Mas eles não têm o direito de criar ambientes inseguros. Eles têm direito à liberdade de expressão. Em troca, eles têm que respeitar nossa cidade", enfatizou.

A manifestação da semana passada foi para protestar contra a remoção de uma estátua do general confederado Robert E. Lee, que defendia a manutenção da escravidão. O discurso de intolerância e ódio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estimularam a ação de grupos de extrema-direita. esta semana ele saiu em defesa desses grupos ao afirmar que a violência nas manifestações de neonazistas e supremacistas brancos em Charlottesville foi culpa “dos dois lados”.