Sem relação com a Lava Jato, STF decide tirar Vanessa e Eron da lista

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin determinou a retirada dos nomes da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e do presidente estadual do partido, Eron Bezerra, naquela Corte.

Vanessa na tribuna do Senado - Agência Senado

Por não haver conexão com as investigações da Lava Jato, o processo será redistribuído e o STF vai decidir se continua ou não a investigação apenas pelo suposto uso irregular de recursos não contabilizados nas eleições de 2012. A presidente da Corte, Cármen Lúcia, designou a ministra Rosa Weber para relatar.

Na semana passada, o Supremo também determinou a retirada do nome do deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) dos processos relacionados à Lava Jato. No entendimento do magistrado, o parlamentar baiano não tem relação com as fraudes investigadas no âmbito da Petrobras. O parlamentar considerou a decisão “justa” e “correta”.

“Muito embora o presente caso tenha originado-se da colaboração de executivos de empresa Odebrechet, envolvida em desvios de recursos da Petrobras, os fatos aqui apurados não guardam, em princípio, nenhuma relação de conexão com os casos de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro investigado no âmbito da chamada Operação Lava Jato”, diz o despacho do MPF sobre o processo de Vanessa e Eron.

Numa delação, o ex-presidente da Odebrecht Ambiental Fernando Luiz Reis disse que recomendou uma doação de R$ 1,5 milhão à campanha da senadora à Prefeitura de Manaus em 2012.

A senadora Vanessa declarou que a decisão é muito importante para corrigir uma ilação lançada contra ela e Ron, como se estivessem envolvidos na Operação Lava Jato.

“Vocês não têm ideia do que isso significa para quem sempre procurou agir de forma correta e ética. É muito difícil enfrentar esse tipo de coisa. Eu tive a oportunidade de falar ao Ministério Público que considerava a primeira decisão deles um equívoco. Tudo foi muito apressado e eles misturaram o joio com o trigo”, disse a senadora.

"Nunca deveria ter entrado (na Lava-Jato), porque nunca houve denúncia de corrupção contra nós. Mas o Ministério Público, numa atitude apressada colocou um monte de gente lá. […] Isso criou muitos transtornos", declarou Eron, em entrevista ao jornal A Crítica.

“Não se pode misturar crimes de corrupção com eventuais especulações de caixa dois que, no nosso caso, nem isso houve”, completou ele, reforçando que não tem dúvida de que o caminho do inquérito será o arquivamento. “Nós já provamos que todos os recursos da nossa campanha foram legalmente contabilizados”, afirmou.