Lava Jato "descobre" que Delcídio não tem provas contra Dilma

Um ano e 5 meses depois de ter fechado acordo de delação premiada que serviram para a grande mídia e a direita dar um golpe contra o mandato da presidenta Dilma Rousseff, os procuradores do Ministério Público Federal dizem que estão "reavaliando" o acordo do ex-senador Delcídio do Amaral, porque as informações não produziram qualquer avanço nas investigações.

Delcídio Amaral

"Alguns acordos não estão evoluindo bem. O do Delcídio é um deles. As investigações não avançam nem na primeira instância. Talvez alguns ajustes tenham que ser feito nesses acordos", disse um procurador em entrevista ao jornal O Globo.

No acordo fechado no início do ano passado, portanto antes votação da admissibilidade do impeachment, Delcídio se livrou da prisão ao prestar depoimentos que acusavam Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma, entre as quais, a que apontava uma suposta manobra da ex-presidenta para nomear o ministro Marcelo Navarro, para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), para livrar Marcelo Odebrecht da prisão.

Apesar da delação exigir prova para que tal acordo seja homologado, os procuradores dizem agora que estão com "dificuldades" para levantar as provas e que, por isso, o acordo de Delcídio pode sofrer alterações. Dizem que não será anulado, mas, diante dos buracos deixados nas acusações, a tendência é que o ex-senador perca parte dos benefícios, como a liberdade.