Enquanto 2018 não chega, Moro aceita mais uma denúncia contra Lula

Seguindo o rito esperado até 2018, nesta terça-feira (1º/8), o juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, aceitou denúncia feita pelo Ministério Público Federal relacionada a um sítio em Atibaia, interior de São Paulo, e tornou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mais uma vez réu em uma ação penal no âmbito da operação Lava Jato.

Moro no Senado - Agência Senado

A tese segue a mesma cantilena do triplex: não temos provas, mas convicções. Segundo os procuradores de Curitiba, Lula recebeu propina proveniente de seis contratos firmados entre a Petrobras e a Odebrecht e a OAS, e tais valores foram repassados ao ex-presidente em reformas realizadas no sítio.

Assim como no caso do tríplex, que os procuradores não conseguiram provas que era de propriedade de Lula, o sítio é de propriedade dos empresários Fernando Bittar e João Suassuna. Mas os procuradores dizem que "encontraram uma série de elementos" que "comprovariam" que o sítio pertence ao ex-presidente. Entre eles, estão bens pessoais, roupas e indícios de visitas frequentes ao imóvel.

Para os procuradores, frequentar a casa de alguém por muitos anos caracteriza propriedade, e Moro endossa essa tese. De acordo com o juiz, as "provas" apresentadas demonstram que Lula era de fato dono do sítio.

“Os elementos probatórios juntados pelo MPF e também colacionados pela Polícia Federal permitem, em cognição sumária, conclusão de que o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva comportava-se como proprietário do Sítio de Atibaia e que pessoas e empresas envolvidas em acertos de corrupção em contratos da Petrobras, como José Carlos Cosa Marques Bumlai, o Grupo Odebrecht e o Grupo OAS, custearam reformas na referida propriedade, tendo por propósito beneficiar o ex-Presidente”, afirmou o juiz.