Governo admite que pode adiar reajuste de servidores

Em sua cruzada para tentar cumprir meta fiscal de 2017 – algo que o déficit acumulado até junho mostra ser missão impossível -, o governo agora estuda adiar o reajuste salarial já aprovado para servidores públicos. A informação foi dada nesta quarta (26), pela da secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi. 

dinheiro - USP/Imagens

 "O que está se discutindo, o que pode se discutir é a postergação de um reajuste que já foi aprovado", afirmou. "Prorrogação por alguns meses, prorrogação em algum período", acrescentou ela, em coletiva de imprensa.

De acordo com ela, contudo, nada está de fato decidido. “Temos restrições e estamos considerando postergação de reajustes, mas não tenho dados concretos”, disse.

A proposta ocorre em um momento no qual o governo que prometia equilíbrio fiscal contabiliza o maior déficit primário para um primeiro semestre, em 21 anos. A queda na arrecadação, responsável pela atual situação, já era anunciada por diversos economistas, que previam que as medidas de ajuste fiscal aprofundariam a recessão – o que de fato ocorreu.

Ao invés de mudar o rumo da gestão econômica, o governo insiste no erro promove novos cortes e contingenciamentos, que já afetam a prestação de serviços à população. 

O foco agora parece ser os gastos com pessoal. Depois de anunciar um Programa de Demissão Voluntária para os servidores federais, o governo agora fala em adiar reajustes já aprovados. 

A secretária do Tesouro Nacional explicou que está se referindo ao reajuste aprovado no último ano, que foi escalonado em quatro anos. A etapa desse ano já foi concedida para os servidores públicos, mas a do próximo ano pode ser atrasada.

Sobre a possibilidade cada vez mais concreta de revisão da meta fiscal, que hoje prevê déficit de R$ 139 bilhões, Ana Paula disse que não há discussão sobre isso. “Nosso compromisso dentro de Tesouro é pleno com o cumprimento da meta”, afirmou.

Em um momento em que circularam rumores de que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, poderia deixar o governo em caso de mudança da meta, ela declarou que a equipe está “firme e coesa”.