Emir Sader: “Brasil precisa de um governo que o reunifique”

“O Brasil precisa, urgentemente, voltar a ser uma democracia, uma república, uma nação”, é o que afirma o sociólogo e cientista político Emir Sader, em artigo publicado no Brasil 247. Segundo ele, o país precisa recuperar “a confiança de que o país pode dar certo, precisa resgatar o orgulho dos brasileiros com o seu país, necessita projetar de novo uma imagem de respeito e soberania no exterior”.

Emir Sader

“O Brasil necessita de um Estado de Direito que imponha as normas democráticas de convivência e de respeito às leis e à Constituição. O Brasil requer um governo que tenha o respeito de todos, que tenha legitimidade para fazer a economia voltar a crescer com geração de bens e de empregos, para baixar fortemente a taxa de juros, para combater implacavelmente a sonegação e os paraísos fiscais, para promover a democratização dos meios de comunicação”, destacou.

Sader defende que o caminho seja um governo de transição para recompor o país dos “destroços que têm sido produzidos pela política econômica genocida e antinacional do governo golpista”.

“Um governo que faça a economia voltar a andar, consciente de que tem que retomar um modelo que promova o crescimento com distribuição de renda, fazendo do mercado interno de consumo popular uma das alavancas da demanda fundamental para a retomada do crescimento”, reforça Sader.

Segundo ele, o governo Temer não tem mais condições de permanecer no comando do país e um novo governo só pode “sair do voto popular”.

“Em que se eleja um Congresso representativo de toda a sociedade, com toda sua diversidade, baseado no voto consciente e livre de todos e não no poder do dinheiro das grandes empresas privadas”, frisa.

E conclui: “O Brasil precisa da democracia como precisa do ar para respirar, para viver. O país está asfixiado por um governo que o torna menor, o estreita conforme os interesses mesquinhos do capital financeiro. O Brasil precisa do contrário, de um governo que fomente o imenso potencial que o país tem para crescer e se construir como sociedade plural, como sociedade solidária, humanista, generosa. Um mundo em que caibam todos os mundos”.