Presidente da Suzano rifa Temer e prega transição imediata de governo

A delação de Joesley e Wesley Bastista envolvendo Michel Temer tem provocado debandada entre apoiadores do peemedebista. Depois de políticos aliados e de parcela da grande mídia começarem a abandoná-lo, Temer agora pode perder a adesão de empresários, desconfiados de que ele não tem mais condição de fazer as reformas que interessam aos donos do dinheiro. Walter Schalka, presidente do grupo Suzano, um dos maiores conglomerados industriais do país, agora fala em "transição de governo imediata". 

Walter Schalka da suzano

"É muito preocupante, porque o Brasil vinha num ciclo virtuoso que obrigatoriamente vai ser suspenso por essa situação que nós estamos vivenciando. E aí eu acho que nós deveríamos ter uma situação em que nós conseguíssemos sair dessa crise institucional que nós estamos vivendo hoje mais fortes para o futuro se nós fizermos uma transição de governo imediata e com alguém que tenha credibilidade de continuar as reformas tão necessárias para o Brasil. É impossível o Brasil não fazer as reformas e quanto mais tempo a gente esperar por elas, pior será", disse o empresário a O Estado de S. Paulo

As reformas a que ele se refere são rejeitadas pela maioria da população, conforme mostram diversas pesquisas. Mas interessam a uma elite de empresários, que espera ampliar seus lucros com a redução de direitos dos trabalhadores. Enquanto acreditava que Temer podia levar adiante tal agenda, este seleto grupo deu apoio ao impeachment e ao governo. Agora, pode saltar do barco de Temer.   

"Temos que agir rápido e num processo que tenha solução institucional que seja dentro da Constituição brasileira e que respeite a possibilidade de continuar o processo tão necessário de reformas para o Brasil. E não falo só das reformas econômicas, mas da política também, que ficou mais forte agora", afirmou Schalka.

"Nós precisamos de gente que tenha legitimidade e credibilidade, é a única alternativa que temos para não interrompermos o início desse ciclo virtuoso que estávamos vivendo. Eu estou saindo do congresso do Itaú, em Nova York, e os investidores estão completamente decepcionados com o que está ocorrendo no Brasil. Eu tive reunião com investidores ontem (na quarta-feira), e o clima era absolutamente positivo. Hoje, o pessoal está vendendo o Brasil, não sabe mais o que vai acontecer. Temos de reverter isso rapidamente. Passamos a sangrar o Brasil de novo, precisamos agora estanca-la", completou.

"Eu acho que o melhor para o Brasil agora é a renúncia. A segunda melhor alternativa para o Brasil agora é a chapa Dilma-Temer ser cassada. A terceira é o impeachment. E a quarta e pior alternativa é a permanência do Michel Temer sem legitimidade e credibilidade", encerrou.