JBS teria operado no mercado financeiro para lucrar com escândalo

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu processo para investigar a JBS, protagonista das delações envolvendo o presidente Michel Temer. O frigorífico é suspeito de operar no mercado financeiro para lucrar com os efeitos da delação premiada feita por seus próprios donos. Com a informação privilegiada de que o escândalo viria à tona – com impactos no dólar e na bolsa -, a JBS teria adquirido grande quantidade da moeda estrangeira e seus controladores teriam vendido ações da empresa.

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A Coluna do Broad informa que o ganho da JBS com a compra de dólares na última quarta-feira (17) é mais que suficiente para a companhia quitar a multa fechada no âmbito do acordo de leniência. Se a cifra foi de US$ 750 milhões – e há quem diga que chegou a US$ 1 bilhão somente ontem -, o resultado foi de US$ 170 milhões, considerando a alta da moeda americana nesta quinta-feira (18).  A cotação da moeda disparou 8,15%, na maior alta diária em 18 meses.

Ao mesmo tempo, o portal Brazil Journal revelou ainda que, em abril, um mês após as gravações que comprometem Temer e mais políticos terem sido feitas, os irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da JBS, teriam vendido quase 32 milhões de ações de sua companhia em um negócio de R$ 328 milhões. A ação da JBS declina pelo sétimo pregão consecutivo e já acumula queda em torno de 25% neste ano.

Nesta sexta (19), a JBS admitiu que comprou dólar nos últimos dias, mas disse que movimentações "seguem alinhadas à sua política de gestão de riscos e proteção financeira". Em comunicado, a JBS afirmou que "gerencia de forma minuciosa e diária a sua exposição cambial e de commodities". A empresa explicou que utilizar instrumentos financeiros para "minimizar os seus riscos cambiais e de commodities provenientes de sua dívida, recebíveis em dólar e de suas operações".

A Comissão de Valores Mobiliários tem o objetivo de fiscalizar, normatizar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil.