PE adota piso nacional para professores

Com a quadra do Instituto de Educação de Pernambuco (IEP) lotada, trabalhadores estaduais em educação votaram pela implantação do novo piso salarial para professores. A partir de setembro, eles passam a ter como remuneração base R$ 950. O projeto continua

Depois de uma rodada de negociações e duas assembléias com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe), o governador do Estado, Eduardo Campos, decidiu nesta quarta-feira (28), numa atitude ousada, aumentar o piso dos docentes estaduais para R$ 950. A resolução foi comemorada pelo sindicato, já que Pernambuco carregava o triste título de estado com a pior remuneração dos profissionais de educação.


 


“Esta decisão é uma grande conquista para a categoria, pois tudo foi resolvido com poucas negociações”, disse a vice-presidente do Sintepe, Antonieta Trindade, referindo-se ao período de 54 dias de greve, em 2007, por melhores salários. No dia 30 de abril, o sindicato elaborou uma pauta de reivindicações em que pediam pela implantação imediata e integral do novo piso. O projeto que tramita na Câmara prevê uma implantação progressiva em que o salário integral será pago apenas em 2010.


 


O percentual de reajuste varia de acordo com a faixa salarial em que o profissional está encaixado. O professor que tem o magistério terá um aumento de 67%. Enquanto os docentes com graduação vão receber um reajuste de 30%. Com isso, os vencimentos variam entre R$ 950 e R$ 1.016.


 


Como os funcionários dos setores administrativos eram os mais penalizados, pois recebiam abaixo do salário mínimo, serão os que terão maior percentual de reajuste, variando entre 87% e 106%. “Com isso, nós alcançamos uma de nossas metas que é a de que nenhum profissional estadual de educação receberá abaixo do salário mínimo”, comentou Antonieta.


 


Além de melhores salários, os docentes garantiram ainda outros benefícios que faziam parte da pauta de reivindicações. O governador Eduardo Campos se comprometeu de, no mês de agosto, lançar um edital para concurso público na área administrativa da educação. Hoje, 50% desses profissionais são terceirizados.


 


O Sintepe, junto à Secretaria de Educação, criará também três comissões de trabalho: uma de formação, para promover a qualificação dos servidores; uma de gestão democrática e uma terceira para a reformulação do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos dos professores. “Todas estas conquistas fazem parte de um processo de valorização da categoria”, finalizou a vice-presidente do Sintepe.


 


Do Recife,
Daniel Vilarouca