Al-Amin: A estratégia de defesa do Líbano é "advertir" o inimigo
Às vésperas do Eid al-Fitr [Celebração do fim do Jejum, em árabe], que marca o fim do mês do Ramadã, uma força do comando israelense caiu em uma emboscada organizada pela Resistência Islâmica [o Hezbolá], próxima à vila libanesa de Alma al-Shaab. Israel engoliu a língua, enquanto o Hezbolá escolheu ficar em silêncio, por suas próprias razões.
Por Ibrahim al-Amin*
Publicado 12/08/2013 14:58
Título original do artigo, traduzido para o português: "Estratégia de Defesa Nacional de Siniora para o Líbano: Dar ao inimigo uma advertência"
Já a reação oficial do Líbano foi limitada ao contado com as forças da ONU estacionadas no sul do país. Oponentes políticos da Resistência, como o Partido do Futuro e seu líder, Fouad Siniora, entretanto, decidiram se pronunciar para denunciar a violação israelense em seus termos mais firmes, classificando-a de uma “agressão perigosa”.
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Siniora exigiu que “as autoridades libanesas relevantes notifiquem a Liga Árabe sobre esta agressão”, pedindo à ONU que “aja rapidamente para deter Israel e dar-lhe uma advertência”. A declaração de Siniora é um reflexo do entendimento da Aliança 14 de Março [de que o seu partido é parte, em oposição à Aliança 8 de Março, de que o Hezbolá é membro] sobre uma estratégia de defesa nacional, que se resume a notificar a Liga Árabe e a pedir à ONU que emita uma advertência contra Israel.
Tudo o que faltou das declarações de Siniora era uma proposta adicionando armamentos estratégicos como um franzir de sobrancelhas e um balde de lágrimas pela estratégia de defesa nacional.
Siniora nem sequer se preocupou em mencionar o papel do Exército libanês em impedir a invasão, porque levantaria a questão sobre equipar melhor os militares para dissuadir suficientemente um inimigo poderoso como Israel, algo que está completamente fora do vocabulário da 14 de Março, que quer que o Exército desarme o Hezbolá, mas não que tome o seu lugar na defesa do país.
Quanto à notificação da Liga Árabe, é preciso nos perguntarmos se a organização regional sequer está preparada para receber uma queixa contra Israel, que dirá para fazer algo a respeito.
E se Siniora tivesse se atrevido a propor qualquer forma de ação prática da parte da ONU, ele teria exposto a ineficiência profunda das suas forças, que demonstram suas capacidades quando se trata de espionar a Resistência, mas se senta impotente enquanto Israel viola repetidamente a soberania do Líbano, com uma frequência quase diária.
Acaso Siniora não sabe que a ONU (que ele quer que detenha Israel) tem estado ocupada ao receber delegações da União Europeia, que está tentando convencer a Assembleia Geral a passar uma resolução que liste o Hezbolá como uma organização terrorista, na mesma linha da recente decisão europeia, neste sentido?
Tudo o que faltou nas declarações de Siniora foi propor mais armas estratégicas, como franzir as sobrancelhas e um balde de lágrimas para a estratégia nacional de defesa. É assim que se preserva a soberania de um país?
*Ibrahim al-Amin é o editor-chefe do portal árabe de notícias e opiniões, Al-Akhbar.
Fonte: Al-Akhbar
Tradução: Moara Crivelente, da redação do Vermelho